O PRIMEIRO PASSO: CIDADE PARA TODOS
Ah o primeiro passo... o primeiro passo parece algo tão simples, né? Mas pergunta à uma mãe, com suas memórias afetivas, como foi esse evento do seu filho na etapa do andar e você sentirá todas as emoções, realizações e felicidades dela ao recordar dessa fase da vida. É desse modo que queremos remeter aos olhares para rua, como o primeiro passo a se buscar o nosso direito estruturante da vida urbana e de percepção da cidade.
Acreditamos de modo primordial que, para entender o espaço ou buscar alternativas para o mesmo é necessário conceituar e entender a forma de pensar do usuário sobre o espaço existente. Com isso, queremos entender esse imaginário da cidade, na perspectiva das crianças. Lima (1989), retrata que as crianças, mais do que adultos, se apropriavam dos espaços como sua extensão da casa, e as vezes, o espaço na rua, substituía a falta de espaço que tinha na sua casa. Com esse intento de estudo, Tonucci (2014) relata que, uma cidade que não existe crianças se apropriando da rua, no seu andar, brincar e se divertir, torna-se um grande parâmetro de entender que essa cidade é feia, insalubre e desumana, em contexto geral.
Rogers (2001, p. 9) diz que “As cidades cresceram e transformaram-se em estruturas tão complexas e difíceis de administrar, que quase não lembramos que elas existiam em primeiro lugar, e acima de tudo, para satisfazer as necessidades humanas e sociais das comunidades”. Nessa linha, pretendemos avaliar a rua, como o primeiro passo a se recuperar essa essência urbana e humana. Precisamos nos recordar da rua como um espaço bom, agradável e como possibilidade para mudanças.
Não podemos mais, enquanto pedestres, viver com esse sentimento de perda gradativa do espaço e do viver na cidade. Percebemos que a nossa mobilidade, o andar pela cidade está vinculado à necessidade e não por prazer. Para, além disso, se evidencia que a imagem da cidade, as ruas estão, cada vez mais associado com a mobilidade dos carros, do que com a vitalidade urbana, encontro de pessoas e convívio social. (GEHL e SVARRE, 2018).
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